domingo, 3 de outubro de 2010

Leve...

Estava ouvindo aquela música, não se de quem é a composição, mas o Ney interpreta. Ai lembrou-me daquele bilhete que recebi, daquele moço tão querido, querido de mais.
Dizia assim: “Leve a semente vai onde o vento leva. A gente pesa, por mais que invente só vai onde pisa”.
Acho que demorei tanto pra entender, talvez por estar fora de contexto. A outra estrofe completa o poema, “viver ou morrer é o de menos. A vida inteira pode ser qualquer momento. Ser feliz ou não, questão de talento”.
Mas o que realmente importa é o que me remeteu a música, principalmente a lembrança do bilhetinho. Por que essa frase? Quem eu era ou quem achavam que eu era, ou o que aparentava á 5 anos atrás? Ainda não sei se era, queria ser, me vestia assim, ou usurpava a ideia daquela moça de 20 anos.
Mas como ela era?
Leve...Acho que tinha certo frescor que encantava.
Ai lembrei no moço, do pequeno e cuidadoso bilhete (ainda o guardo, junto a outros tesouros). Ele a olhava de um jeito...e era engraçado, pois enquanto ele a olhava, ela se via através dele.
E nossa, como era bonita a moça! Não digo do físico, não que não fosse bela. Mas era jovem, encantada pelo mundo, querendo descobrir a vida e seus segredos. Conhecendo novos ritmos, novas bebidas, novas bocas, novos sabores, novos  livros. Cada momento era a vida inteira.
De tão encantada, a jovem encantava. E era apenas uma semente.
Mas ela se fechou, logo após esse ano. Não se sabe o porquê, mas foi logo após aquele ano. Acho que deixou de ser semente pra virar gente. Coisa besta!
Antes voava, agora pesa. Tem medo de barulho, de andar sozinha, de experimentar o novo, talvez não goste do novo.
Mentira, ela gosta e deseja intensamente o novo, como se fosse o último desejo a se ter, Mas teme. Sente saudade da jovem de 20 anos. Queria deixar o vento levar, mas agora só vai se caminhar.

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