domingo, 3 de outubro de 2010

Um certo alguém.


Ah se as paredes falassem, seu travesseiro lhe entregasse. Nessas peripécias que só se faz quando ninguém está olhando.
Aliás, ele está. Não tudo, só o que interessa...o olhar de desejo, parte dos toques, o rosto ficando vermelho...o percurso. Mas na hora do gozo final, fecha seus olhos! Não que ele estivesse lá pra fechar, mas só ele pode entender.
Ver o sol nascer juntos, mesmo sozinha. Isso pode até virar poesia, ou uma comédia.....mas ainda estão no drama. Drama que se torna aconchegante.
Duas almas que se perdem no meio do percurso, tentando se achar, se consolar, se distrair. Duas histórias de desamor.  E se trombam, entre tantas conversas e patifarias, entre tantas pessoas e salas diferentes. Então se apresentam, se explicam, se aproximam.....entre desabafos e sacanagem até se desejam.
E noite após noite se encontram, depois que os outros já dormem....por que isso é o que os aproxima, o segredo. Não sei se é bem isso, mas algo os leva a repetirem. Quase incompreensível... e também sem nenhum significado.
“Devagar e sempre” é o que combinaram; aos poucos se descobrem... grandes diferenças e semelhanças engraçadas. Depois de alguma intimidade, descobrem-se os rostos, só depois os nomes...Agora ele já conhece o quarto dela e um de seus pijamas. Ela conhece a vista do quarto dele, sabe a marca de seu óculos e que ele gosta de dormir pelado.
Já sabem onde sentem mais prazer,  a posição favorita....mas se descobrem através da distância, do impossível. Na verdade, é o impossível que atrai e que os libertam para contar os segredos e dividir as fantasias.
O impossível que os fazem passarem mais uma noite juntos... e separados! E se distraindo...
“Os opostos de se distraem...os dispostos se atraem”
(Teatro Mágico)

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